18.3.04

Dia de Gibi Novo: Demo 1 a 4

Brian Wood me faz comprar quadrinhos. E falar de quadrinhos, coisa que não tenho feito há algum tempo aqui. Talvez seja pela vastidão de material disponível no DC++, talvez pelo desinteresse que super-heróis e vertiguices me inspiram a cada polt e personagem requentado, talvez porque - tirando Warren Ellis e Grant Morrison - nenhum autor em atividade me causa aquela ansiedade para sair enfiando o gibi pela goela dos outros. Mas Wood faz isso e me faz comprar quadrinho importados, que poderiam ser transfprmados em refeições decentes que não envolveriam pão nem seriam vendidas na rua.

Os gibis dele que comprei ultimamente doram os quatro primeiros números de Demo, uma série de doze histórias independentes - "mini graphic novels", segundo ele - lidando com pessoas com superpoderes. "Mas você não estava cansado de super-heróis?" Estou, mas não é disso que Demo trata.

Em Demo, os poderes são quase acessórios e poderiam muito bem não estar na história. No primeiro número, por exemplo, um casal de adolescentes apaixonados foge de casa para Nova York. A menina tem poderes telecinéticos, vivendo constantemente medicada por isso. A trama não é sobre a telecinésia, sobre ir para a Escola Xavier, mas sobre descobrir e aceitar sua própria identidade. Ao contrário de Homem-Aranah, Batman ou X-Men, as metáforas propostas por Wood não estão perdida sob anos de continuidade.

As histórias curtas amarradas tematicamente - coisa roubada da Global Frequency de Ellis - permitem que todos os personagens se encontrem em pontos de virada da sua vida, momentos onde eles deixam de estar em demo mode e descobrem quem são. Isso não é necessariamente bom ou agradável e todas as histórias têm um tom melancólico, fortalecido pelos desenhos de Becky Cloonan.

A arte de demo casa perfeitamente com as histórias, modificando de acordo com o tema e roteiro. Há um clima low fi que lembra de flyers e zines, pedindo para ser xerocado e distribuído.